sexta-feira, 29 de junho de 2012

A Coisa Mais Bela: Um Aperto de Mão


O filme “La Prima Cosa Bella” de Paolo Virzi, que concorreu ao Oscar na categoria Melhor Filme Estrangeiro, fala sobre Bruno, um professor desinteressado, sem grandes vínculos as pessoas, que vive em Roma quase desejando ser um desaparecido na vida e desaparecer de sua família.
Bruno era um homem de ressentimentos, sofrimentos silenciosos, que o torturavam e o desvitalizavam. Sua mãe, sua irmã, cunhado e dois sobrinhos moravam em Livorno, sua cidade natal, de sua infância e adolescência... Para muitos, como para ele, se distanciar geograficamente parece a solução. No entanto para se manter na fuga, precisa-se conservar a dor que a motiva.
A distância não nos protege dos fantasmas que não exorcizamos, pois eles permanecem em nós renovando as lembranças e vampirizando a nossa vitalidade para viver. A conservação dos grandes ressentimentos cria a melancolia e a anorexia afetiva.
Qualquer ser humano se alimenta dos afetos dados pelas pessoas, de suas palavras, olhares e gestos. Precisamos deles para alimentar o nosso mundo psíquico.
Um grande ressentimento, uma grande mágoa fecha as aberturas para todos os afetos. Uma pessoa ressentida se torna defendida, carente e com o tempo amarga, agressiva e incapaz de criar vínculos profundos e duradouros.
Bruno acaba se vendo obrigado, por sua mãe estar na fase terminal de um câncer, a reencontrá-la. Reticente, enrijecido na alma foi resgatando pouco a pouco o menino que havia dentro dele e com os olhos de um adulto refaz o percurso do destino passado.
Descobre em sua mãe, uma mulher corajosa e que por amor aos filhos e para criá-los se submeteu a situações delicadas e controversas moralmente. Qualquer pessoa cresce, quando começa a lançar um olhar de compreensão aos limites do outro. Qualquer pessoa se humaniza, quando percebe que na vida as pessoas não acontecem para nós como precisamos: elas acontecem como podem e assim também seremos em relação às outras.
As pessoas não são desenhos que vão se encaixar totalmente em nossos vazios, nos fazendo sentir plenos e absolutos. A renúncia a ideia de plenitude absoluta é um grande salto a capacidade de viver e sobretudo uma aproximação a felicidade.
A desconstrução de determinadas premissas infantis e utopias do absoluto no amor, nos liberta e nos aproxima da satisfação, da serenidade, da lucidez e do perdão.
Como Bruno o fez, pouco a pouco, ao lançarmos um olhar generoso e aberto a compreensão, passamos a conseguir nos alimentar dos gestos imperfeitos, mas habitados de amor incondicional por nós.
Qualquer alimento deve ser lavado e retirado dele as partes comprometidas. Se nos alimentamos também psiquicamente das pessoas, devemos purificar através das nossas compreensões os gestos poluídos.
Há sempre um amor a se resgatar em nossa vida.
Perdoar o destino para se libertar é soltar das duas mãos a indignação datada, para ter mãos livres para cumprimentar o obrar de um futuro de reinvenção da vida. É dar uma destinação mais inteligente ao destino por vezes tão indiferente a nós.
Nesta semana tivemos a cena de “Um Aperto de Mão Para a História”. Em Belfast a rainha Elizabeth aceitou o aperto de mão oferecido pelo ex-comandante do Exército Republicano Irlandês (IRA) e hoje vice-premier da Irlanda do Norte, que não curvou a cabeça, assim como ela não respondeu aos votos que ele desejou. No entanto, tais ressalvas não minimizam e enfraquecem a importância do ato. Ela de verde, símbolo da esperança, soltou como ele a mão ofensiva para abrirem a mão para uma paz depois de 30 anos de tantas mortes.
Dizem, que o céu e o inferno são aqui. Mas se pudermos contribuir para o aumento da extensão da paz, neste “aqui” interior estaremos cultivando “La Prima Cosa Bela”.


terça-feira, 26 de junho de 2012

Vik Muniz e sua Poesia da Reciclagem

A foto do resultado do Projeto Humanidade, do artista Vik Muniz, me deu um grande impacto. Uma imagem de força, beleza e originalidade. Abraça todo o espírito da Rio+20. Reunir a degradação e dar uma nova forma para deixar o planeta bonito e sadio, como a "instalação" feita com a Baía de Guanabara, o Pão de Açúcar e o entorno destes pontos.
Foram utlizados 1,3 toneladas de lixo constituídos de garrafas pet, latas, papéis, sacos plásticos e até chapas de raio-x. Tudo transformado em arte, e em mensagem de vida. Pega-se restos, sem destinação nobre, elementos sem utilidade aparente, itens desprezados, reúne-se criativamente e recupera-se.
Abandonadas, essas mesmas coisas se tornariam poluentes e de decomposição extremamente lenta.
Vik Muniz, artisticamente, falou de maneira poética sobre o que podemos fazer na vida:
Pegar uma coisa e transformá-la em outra. Conceber uma saída ao que parece sem saída.
Realizou a Metáfora da Sublimação.
Sublimação o que é?
Colocar a energia da sua dor, de seus sentimentos opressores e transformá-los em algo produtivo e criativo.
Quando um compositor imagina em sua mente e "alma" a sua próxima obra; quando um estilista "alma" uma roupa; quando um decorador "alma" um projeto; quando uma anfitriã "alma" a mesa para o jantar; quando um cronista "alma" a sua crônica, quando um cirurgião “alma” a cirurgia, todos estão usando a fértil criação aliada a conhecimentos e a energia dos próprios sentimentos. Ou seja, colocam as energias dos sentimentos ruins e as inserem em uso transformador. Reciclam.
Quando estamos tomados por sentimentos difíceis, devemos tentar utlizar o afeto e a sua respectiva energia quantitativa em algo a fazer.
Sentimentos degradados, poluidores da alma se transformam em ações, projetos e tornam a nossa vida mais viável apesar dos pesares.
Sublimação pode ser a mudança de um estado psíquico para outro. Pode ser visto como uma ecologia emocional.
O psicanalista Caio Carrido assim reflete "...Mas me pergunto se o verdadeiro sentido que podemos dar à vida é o de que somos todos "artistas" de alguma forma".
A criação de uma vida, a recriação cotidiana dela nos leva ao compartilhado, ao outro, ao mundo. Ir para o mundo criando é renascer. Viemos ao mundo porque fomos criados, e nos inserimos nele mais fundo em cada recriação.
A vida é gerada na criação e mantida na recriação dela.
Como o Projeto, pegue os resíduos dos sentimentos que se permanecerem estragam nossa alma com peso e sofrimento e conceba uma forma reciclada a sua vida.
Na Tela de Vik Muniz tudo o que era lixo, se compos em arte e se transformou em luz, forma e cor, ao invés de dor.

Imagem: Obra do artista Vik Muniz feita com material reciclado na Rio+20

sexta-feira, 22 de junho de 2012

A Humanidade da Sua Resistência

Humanidade 2012 - estrutura monumental montada no Forte de Copacabana. 
Crédito: Divulgação


A fila para entrar na exposição concebida magnificamente por Bia Lessa no Forte Copacabana, batizada de Humanidade 2012, continua se renovando. A espera é de em média duas horas.
Para tentarem acolher esta enorme procura, aumentaram o horário, fixando o fechamento às 22:00h com a última entrada às 21:00h.
Não há um modo de acelerar a entrada na exposição, pois a estrutura montada tem um limite de resistência determinado a cinco mil pessoas.
A lucidez dos projetistas está em determinar e fazerem respeitar esse contingente máximo. Mesmo diante de uma eventual pressão para acolherem um pouco mais, o limite deve ser seguido.
A consciência do grau de suportabilidade mantem com rigor o fluxo possível para a preservação de tudo.
Essa estrutura e todo o seu cálculo de suportabilidade me fazem pensar na nossa estrutura psíquica, que é também concebida como um projeto. E, como tal precisa de uma determinada engenharia e previsões de suportabilidade e manutenções.
Nossa estrutura nos fornece a capacidade análoga a da exposição, de acolhermos sob nossa responsabilidade direta sem partilhas um certo número de pessoas e os respectivos pesos inerentes a responsabilidade que temos em relação a cada uma delas.
No nosso imenso pavilhão psíquico, vamos colocando tantas coisas e pessoas: trabalho, telefonemas, marido, mulher, filhos, sogra, sogro, mãe, pai, irmão, menos horas de sono e mais horas de atividade. Parece que quanto mais eficientes somos, sucesso garantido e a fila para acolhermos aumenta. Até quanto? Até quando?
Portanto já é fácil compreender que quando uma pessoa se sente desabando, está ultrapassando o limite de sua resistência.
De onde surge essa resistência?.
O famoso Ego é o fornecedor da resistência psicológica e é também o sinalizador da chegada aos limites.
Por isso é muito bom aprender a ler as mensagens que ele envia a nós.
Ter este saber bem sabido, é se capacitar da organização de si mesmo diante das sucessivas demandas de responsabilidade que a vida nos apresenta.
Em uma entrevista para o Caderno Ela de junho, a Chefe de Gastronomia Flávia Quaresma, narra que percebeu que havia algo errado depois de uma crise de labirintite, ainda no Carême, e de ter trocado o menu de uma festa. Juntou, o diagnóstico médico de estresse e colesterol altíssimo à percepção de que estava vivendo apenas para o trabalho. Decidiu mudar.
Freud afirmou que a tensão interna é sentida pelo Ego como desprazer.
A partir deste dito freudiano, podemos começar a identificar a nossa chegada ao limite de suportabilidade. Quando começamos a acordar sentindo um desprazer que nos acompanha durante o dia e se renova em outros. Atenção: Sinal Amarelo. Estamos acolhendo mais de "cinco mil" pessoas e temos que nos organizar com coragem para estabelecer prioridades e esperas.
Pense. Se os organizadores da exposição no Forte Copacabana, sentissem culpa e por causa dela abrissem o espaço para todos de uma só vez, o que aconteceria?
Teríamos uma catástrofe.
Pois é... Preciso dizer algo mais?
Mas vamos mais um pouco em nossa compreensão.
Uma pessoa desaba pelo desânimo que o Ego começa a fornecer. Se não o escuta neste primeiro sinal, ele manda outro, a irritabilidade. Não tem gente que parece “Pessoa Granada”: você encosta e ela explode? Hummmm... Já está com a estrutura comprometida... o desabamento e o Sinal Vermelho virão, em breve...
Vontade de nada fazer, tédio, irritabilidade, ressentimentos adquiridos por excesso de suscetibilidade, mudanças de humor bruscas, falta de foco. Atenção. A Estrutura Ruiu.
Estabeleça espaço só para você.
Observe, todo estabelecimento fecha um dia para receber os cuidadores. Naquele dia, não há espaço para acolhimento, é só para manutenção e cuidados. Um Tempo para você se entregar à mão dos manutenciadores e nunca precisar desabar para se reconstruir.
Flávia Quaresma tatuou no braço esquerdo a expressão latina "Memento Vivere", algo como "Lembre-se de Viver".
Ponha na sua geladeira, na sua agenda, na sua culpa e em seu coração:
Projeto Humanidade 2012 - Lembre-se de Viver

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Projeto Humanidade em Si


Golfinhos na Baía de Guanabara 
óleo sobre tela de Henrique Telles

Olhando a estrutura montada no Forte Copacabana, onde é palco para a exposição Humanidade 2012, pensei que aquela impressionante instalação equivalente a um prédio de seis andares, foi inventada, antes de tudo, na mente de alguém.
Sem essa criação não haveria esta beleza a ser vista. Como descreveu Zuenir Ventura em sua crônica no O Globo, "...atravessando umas quinze salas, realiza-se uma deslumbrante viagem ao centro da aventura humana na sua relação com a natureza..."
Quando fui correr no domingo, a fila de entrada chegava quase ao Arpoador.
A exposição também pode ser vista como um paralelo a nossa Humanidade no Mundo Mental. Subindo a primeira rampa chega-se ao Mundo em Que Vivemos. Ali podemos fazer equivalências reflexivas em relação a nossa consciência, pois é a partir dela que entramos no Mundo Que Somos. Continuando a visita, chegamos a segunda parada entitulada Mundo Dividido. E ali podemos pensar que de um lado está o que somos e do outro, tudo que poderíamos ser. Mostradores digitais registram em tempo real a acumulação de bens no mundo. Pois é aí que reside o X da questão. Alguns querem viver toda uma existência apenas conquistando uns bens internos básicos e com isto conseguir conceber um projeto de vida com conforto, segurança, prazer e felicidade.
Não dá!
Por que?
Porque para evoluir sem poluir precisamos colocar bons recursos no aparelho psicológico. A nossa Máquina Produtora de Ideias, nossa mente, tem que estar munida de capacidade, de conhecimentos para produzir pensamentos e percepções para uma vida positivamente viável e confortável.
Ambientes internos poluídos com agentes de pessimismo, culpas inúteis, complexos e ressentimentos datados, fazem nossa Baía Mental Interna ficar inabitável para as vidas que nos alimentam na nossa existência. Pois estar vivo é uma coisa, saber existir bem nesta vida é outra coisa.
Na Baía de Guanabara, há dez anos era possível pescar 18 mil toneladas de peixe e agora só é possível 7 mil toneladas.
A cada segundo, 14 mil litros de esgoto são despejados sem tratamento nesta Baía. Pois é... e tem pessoas que só poluem a Baia Mental despejando lixos em si mesmos.
Nos anos 80, cerca de 500 golfinhos viviam na Baía. Hoje não passam de 40.
São 460 golfinhos que não suportaram mais viver nestas águas...
Tem gente que acha que nada disso em relação ao planeta é de fato significativo. Igualmente, tem gente que continua poluindo a si mesma sem perceber que as toninhas que vivem em nossas águas internas capazes de promover em nós movimentos de alegria e saltos de superação vão, pela poluição de nossos sentimentos, desaparecendo do planeta interno chamado Psiquismo...
É hora de compreendermos que o refinamento, a reciclagem dos bons sentimentos e o tratamento dos sentimentos e das ideias poluentes são acordos de amor próprio e respeito a própria natureza.
Promova a despoluição em si.
Limpe a sua vida.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Quem já não sofreu uma grande decepção?



Quem já não sofreu uma grande decepção?
É difícil viver a decepção em relação a uma pessoa.
Somos alimentados pelos sonhos da plenitude, das histórias de sapos que se transformam em príncipes, de sapatos que nos levam a Cinderela. 
Quem gosta de viver a história do fim para o começo: da Cinderela que só permanece o sapato, e o príncipe que contém o sapo?
Apreender a inversão do conto nos torna mais capazes de viver a vida real com muito menos sofrimento.
Esperamos que as pessoas aconteçam na nossa vida com a precisão de nossas necessidades.
Da diferença entre o enorme grau de nossas expectativas e a vida real, surgem nossas frustrações e raivas.
Raivas por vezes alimentadas como um sinal de indignação.
Nina, na novela Avenida Brasil, quer a cabeça de Carminha, Salomé na ópera de Strauss quer a cabeça do profeta João Batista por ele ter negado beijá-la e Elize desejou a cabeça de seu marido Marcos no caso Yoki.
O que explica as vinganças brutais?
O que explica os ressentimentos crônicos?
Quando alguém fica remoendo um trauma afetivo, se não elaborar, vira obsessão. Se torna o que em psicanálise chamamos de Catatimia quando surge o plano vingança.
Vingança não é defesa.
É psicose. 
Pois é.
Todas as três queriam a cabeça, mas acabam perdendo a própria.
Portanto... a melhor vingança vem pela construção do enfraquecimento do outro em si mesmo. Como?
Cresça, cresça muito. 
Pois crescendo se abre espaço dentro de nós e a frustração e a raiva se tornam menores, pela proporção de nosso novo tamanho. 
Espaços maiores, menos possibilidade dos acontecimentos ficarem entulhados.
O que antes não cabia na sua existência sem sufocamento, agora com o seu crescimento caberá na sua essência com menos sofrimento.


Imagem: GettyImages

terça-feira, 12 de junho de 2012

Ser Forte




Tire todas as resistências, o que restará senão uma fusão, talvez um corpo morto.
Resistir é um processo existencial e essencial a vida.
O nosso Eu usa a resistência como uma defesa quando algo está em conflito, quando mesmo alguma coisa que nos ameaça acontece...
Ele consegue criar um equilíbrio pela força oposta que dispõe ao que é introjetado.
Se você tem algo na mão e solta, o que acontecerá?
A força da gravidade vai atrair o objeto e levá-lo ao chão.
Não é assim conosco? Somos derrubados quando não temos resistência para se opor a um empurrão.
Somos também derrubados quando o nosso Eu não está munido de força para o enfrentamento.
Se sua estrutura está fraca você cai por tudo... por uma palavra... por um olhar transversal... por uma mão boba... Fracos até sopro de pensamento maldoso nos derruba.
Para você levantar um peso de ginástica o que precisa fazer?
Pois é, faça igual. Não importa o tamanho da sua estrutura, nem sua genética pois exercitando se fortalece até os magrinhos. Depende apenas de uma decisão.
Exercite os seus pensamentos. Exercite suas ideias, exercite sua fé intelectual. Com certeza, após um tempo bem alimentados de bons conhecimentos e exercitados quanto aos enfrentamentos o que parecia impossível vai caber na palma da sua resistência.
Ser forte é também uma questão de desejo.

Quando algo acontece
E em você aconteceu.
É porque o que acontece
Atingiu o seu Eu.
Se não mais o Eu
Se sente atingido,
O que acontece,
Não mais aconteceu...

Imagem: GettyImages

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Sejamos Vida!

Quem um dia não se sentiu fraco e ansioso diante de uma decisão na vida?
Quem também não se sentiu igualmente ansioso diante de algo que precisava falar?
Todos nós temos um lado inseguro que nos leva a se ver pequeno para as caminhadas.
Como na obra de Cervantes, O Homem De La Mancha, somos um Sancho Pança, bom, meio atrapalhado e sem muita estrutura para as iniciativas. Através dos olhos fracos desse nosso lado, a visão da vida é meio assustadora. Esses olhos frágeis nos paralisam.
Sancho Pança, para trilhar caminhos desejantes, precisou ter a frente a maturidade e a audácia de Dom Quixote. Aliás, o fidalgo que se transforma no herói de La Mancha só se transformou em cavaleiro e defensor dos fracos aos quarenta anos. Nesta idade colocou sua armadura e foi realizar Sonhos que antes pareciam impossíveis.
Podemos ler esta obra como uma jornada de construção da capacidade de enfrentamento, que começa a se tornar mais visível aos quarenta anos. Não é mesmo assim a vida?
Parece que chega um momento em que a construção de um herói interior se faz imprescindível.
Como na mitologia grega, Aquiles faz sua jornada apesar e com seu calcanhar e Dom Quixote carrega atrás de si para onde for o nosso Sancho... Todos fazem sua jornada como nós devemos construir um modo de seguir, aonde nenhum avião, trem ou navio podem levar, pois não se trata de um caminho geográfico mas psicológico.
Como em O Mágico de Oz, podemos sair de uma Kansas pálida e sonolenta para Além do Arco Íris.
Sejamos Dorothy, Aquiles, Dom Quixote. Sejamos o herói certo para cada história de nossa vida.
Sejamos Vida!
Imagem: Don Quixote - de Pablo Picasso

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Reflexão

Todos nós guardamos a nossa infância e dela em nossos dias de adulto conservamos o medo... Que nos envolve... nos sinaliza... Esperar que acabe é renunciar. Guardamos nossa meninice medrosa... mas para contrabalançar temos que colocar ao lado a meninice audaciosa.
Como tão bem disse Brecht, "Tenha medo sim, mas mergulhe assim mesmo que no fundo a lição te espera."

Imagem: GettyImages

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Se escolha...

Por mais que façamos teremos sempre que nos escolher. Se não nascemos por escolha, temos que nos escolher como ser nascido e, dentro desta perspectiva, escolher realizar esse ser que temos que assumir, dando um sentido pessoal a vida. Se não escolhi nascer sou livre para escolher renascer quantas vezes desejar. Só escapamos da prisão do destino se escolhemos a liberdade da destinação que nos damos. Quem sabe que Ronaldinho, o recem ex do Flamengo, não está desistindo de renascer como jogador... Para ser temos que todo dia renascer para os nossos propósitos.


Imagem: "Garota diante do espelho" de Pablo Picasso - 1932

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Pensamento...



"O controle em si mesmo dos aspectos indesejáveis potencializa a nossa segurança íntima."