domingo, 29 de setembro de 2013

Mal, Bom e Bem

Ouvi na TV Globo, no domingo, uma declaração da Suzana Vieira na qual afirma estar impressionada com a agressividade das pessoas. Segundo ela, recebeu inúmeros pedidos, da Classe A a Z, para dar uma surra na amante do marido dela na novela. Prosseguiu a declaração afirmando achar que as pessoas estão desmedidas.
Cheguei a parar diante da tela para ouvi-la, pois coincidia com o que sinto na vida e que era justamente o tema da crônica desta semana...
Suscitado pelo que tenho visto de intolerância, falta de zelo pelo outro, pela perversidade e agressividade instalada nas atitudes, comecei a pensar que somos como uma cidade. Nela encontramos lados bonitos, agradáveis, calmos, mas temos áreas de risco onde a violência é latente e sempre pronta para surgir.
Na crônica de José Castello, do caderno Prosa, do Jornal O Globo de sábado, esta semana ele fala da “Visita a Coxia” com as linhas letradas nessa reflexão: “O que se esconde detrás do humano? Que lugar é este que está lá, mas não está lá?... Uma das namoradas de Gustavo Luna, protagonista do livro “O frio aqui fora” de Flavio Cafiero, compara essa região inconsciente, que nos inclui sem que percebamos isso, com a coxia teatral e Castello prossegue: “Coxia ou bastidor é aquele lugar situado dentro do espaço teatral, mas que está ali e ao mesmo tempo fora de cena. É o que está ali e não se vê”.
Esta coxia citada por Castello pode ser vista em nossa estrutura psíquica como uma instância denominada isso, que está ali, mas não se vê. Esse isso mesmo invisível pode ser percebido nas irrupções que traz a nossa superfície os sofrimentos, as raivas recalcadas, as dores exiladas em si... São os caminhos pulsionais percorridos da coxia ao palco, ou do sujeito do inconsciente ao corpo nosso de cada dia... Uma pulsão que irrompe e que traz consigo vontades sob diversas formas que se não forem organizadas e elaboradas degradam a nossa existência. 
Quantas vontades de matar; enforcar; vingar; prejudicar; morrer; trair e sumir surgem em nossas peles...
Mateus Solano, que desempenha o grande vilão da novela Amor à Vida, declarou para a revista "RG" que "a maldade é tudo aquilo que a gente quer fazer e sabe que não pode. Às vezes, a gente quer matar a mãe, quer matar o pai - claro que a gente não quer que eles morram, a gente fala isso, bota pra fora." E acrescento, ao fazer essa saída da vontade, nomeamos sem transformar, é lógico, intenção em ação. Eis aí a normalidade.
Fui assistir ao filme "A Família" do francês Luc Besson com Robert De Niro e Michelle Pfeiffer, que formam um casal mafioso com dois filhos adolescentes e que passam a vida em fuga depois que o patriarca, personificado por De Niro, dedurou uma dúzia de irmãos da máfia.
A história deste filme, um gangster satírico, começa com a chegada deles num vilarejo da Normandia, em mais uma tentativa de se diluírem como habitantes comuns... No entanto carregam o hábito de não suportarem qualquer ironia, destrato ou mesmo desaforo... Eles sempre resolvem a questão com atitudes bem mafiosas... Irrupções de surras, explosões, decepações de membros... Qualquer coisa que façam com eles é semelhante a “cutucar a onça com vara curta”... O enredo se desdobra em uma série de situações que nos envolvem e leva a plateia a começar a adorar certas “maldadezinhas”... O filme nos leva de forma sublimada a realizar nossos ladinhos mafiosos, que ficam adormecidos nas nossas coxias sem poderem invadir as cenas dos nossos cotidianos.
Os estímulos vindos da tela do cinema suscitam nossos lados mafiosos de algum modo.
Toda casa tem seu lado da frente mais bonito, mas também os fundos como nós também os temos. Olhar as coxias ou os bastidores de si é reconhecer entre outras coisas a vontade de envenenar, de trair para machucar, de difamar, de agredir que podem às vezes parecer boas vontades. No entanto é importante saber que nem tudo que é bom nos faz bem...
Nessa sociedade atual há uma agressividade de fato subjetiva que deve ser percebida e invalidada por cada um de nós.
Nem tudo que parece bom fazer e dizer trará o bem. O bem é a finalidade que devemos sempre considerar para refletir se o bom é de fato válido.
Podemos refletir uma série de questões: Beber é bom, mas muito não faz bem; comer é bom, mas sem controle não faz bem; reclamar é bom, mas muito não faz bem... São muitas considerações que podemos realizar dentro dessas premissas.
Uma avaliação da presença das virtudes em si é importante para cada um de nós.
Pode até parecer à primeira vista muito bom agir misturados às ideias mafiosas do nosso isso, mas se refletirmos o final do filme percebemos que “A Família” acaba em lugar algum. Eles, os membros dessa família, se tornam eternos fugitivos, até de si, pois sempre fogem das próprias consequências...
Mais fácil seria lidar com as coxias e criar raízes no mundo mais equilibrado.
Agressividade suscita agressividade, ofensividade suscita semelhança. Os contextos sugerem e suscitam... Portanto é bom prestar atenção ao lado mafioso de si.
Fui assistir no Teatro Clara Nunes, o espetáculo “Para sempre Abba” o musical embalado por hits do grupo dos anos 70. Ao final todos de pé dançando e cantando... 
As músicas e as vozes inspiram e nos levam a soltar o melhor de cada um de nós...
Um bom lema na vida? Eu recorro sempre... O Bom que faz bem...
Em tempo: adorei o filme “A Família”, pois lá de modo sublimado deixei meu isso viver algumas horinhas mafiosas. Depois para colocar tudo no lugar do bom que faz bem eu me abri ao Abba...
Quem canta os males espanta...
Preste atenção:
Os bons estímulos nos fazem bem.
Bons amigos fazem bem.
Bons programas fazem bem.
Bons aprendizados fazem bem.
Igualmente faz muito bem se bom consigo e com o mundo.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Curso Capacidade de Amar

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Inicia semana que vem o Curso do Prof. Manoel Thomaz Carneiro: "Capacidade de Amar".

Turma 3ª feira das 14:30 h às 16:30 h. (início 01/10/13 - término 19/11/13)
Turma 4ª feira Turno da Tarde das 14:30 h às 16:30 h. (início 02/10/13 - término 20/11/13)
Turma 4ª feira Turno da Noite das 19:30 h às 21:10 h. (início 02/10/13 - término 20/11/13)

Informações e Reservas com ILANA (21) 9983-5751

Local: Centro de Eventos do Ed. Leblon Corporate
Rua Dias Ferreira, 190 - Leblon.

domingo, 22 de setembro de 2013

Limpar o Peixe

Faço os meus oito Km de corrida na orla de Copacabana, onde aos domingos tem sempre alguma atividade ou manifestação. No último, logo no início me deparei com a “Caminhada da Superação” e nela participavam pessoas que haviam sofrido algum tipo de acidente ou que nasceram com alguma lesão. Manifestavam na busca de um olhar atento e legítimo das autoridades sobre legalidades e, portanto conquistas de direitos. Havia um jovem rapper que falava que depois do acidente que o levou a cadeira de rodas, encontrou profundo significado na vida. Disse ter descoberto a importância do outro e que a partir de então passou a se sentir imerso em um destino precioso, mais interessante do que antes quando tinha total mobilidade.
Sem interromper a minha corrida, esta fração do que ouvi do depoimento me levou a pensar sobre o filme “Eu, Anna” baseado no livro homônimo escrito pela psicanalista Elsa Lewin.
Nele, Anna Willes, interpretada pela atriz Charlotte Rampling, é uma mulher divorciada que mora num apartamento de sala e quarto com a filha e a neta Chiara.
Anna sentindo-se perdida e desamparada depois de um fim de um casamento de quase trinta anos e sem ter um lugar para verbalizar e, portanto nomear o sofrimento, passa os dias num movimento de vida solitário, carregado de um “choro para dentro” tão comum na vida de tantas Annas, Jorges, Maurícios e Andrés. Ela nessa condição de solidão destituída da possibilidade do dizer e sem pontes para se conectar com o mundo exterior começa a desconectar-se parcialmente da realidade e passa a viver de forma siderada, como se fosse uma sonâmbula da existência.
Repete com este “ensimesmamento” doloroso o movimento sonolento de seu cotidiano.
Um dia, imersa nesta ausência de foco, leva sua neta ao parque e a esquece numa calçada e Chiara acaba por encontrar a morte ao sair sozinha do carrinho de bebe e ser atropelada... Anna é então abandonada mais uma vez agora pela filha que fica no choque impossibilitada de conviver com a mãe. 
Quantas e quantos choram para dentro, num movimento solitário de desconexão com os vínculos que os ligariam a vida.
Se Anna não pôde, não sabia e não foi orientada a chorar para fora, ou seja, partilhar com alguém a dor, ficou como afirmou o psicanalista Lacan com “a representação do sofrimento isolada no inconsciente e portanto impedida de distribuir a descarga de tensão”.
Tudo então permanece dentro e se torna uma bola de fogo enlouquecida.
Quem já não sentiu um sofrimento arder por dentro?
A tensão interna necessita se socializar e encontrar uma saída acolhedora e saudável.
Necessitamos para não entrarmos em falência emocional encontrar o espaço de simbolização e nomeação dos sentimentos bons e ruins.
Mais adiante ainda na minha corrida de domingo na altura do Posto 6, estava instalado o 3º Festival de Gastronomia do Mar e ouvi o chefe com um sotaque francês dizer ao microfone algo assim: “Vou agórra enshinar a limpar um liguaaado. Son pocos os que sabiem fazê-lo e porrr iiiso son igualmente pocos que conseguem  potenncializarrr o sabor deste peisse”
Pensei na hora que peixe pode simbolizar a vida e que se deixarmos de saber limpa-la, deixamos também de potencializarmos o sabor dela.
Vida não muito bem preparada ganha sabor insosso.
Vida sem boa limpeza ganha sabor amargo.
Alguns condenam a arte de ensinar a preparar a receita da vida, como se apenas por instinto todos pudessem sabê-lo.
Concordo que todos podem, mas alguns permanecem como Anna comendo apenas os prantos, nos desenganos, sem saber retirar as partes amargas. Ela no desespero se encurralou na solidão emocional até chegar ao estado limítrofe e se posicionar no beiral da sacada de um apartamento pronta para jogar fora as chances de reviver. 
É salva pelas mãos fortes e boas do policial investigador que soube olhar o que parecia impossível perceber... Soube que aquele beiral era o seu pedido de socorro supremo.
Aconchegada a cabeça no ombro acolhedor deste homem, as lágrimas correram para fora... e assim a alma se colocou no recomeço.
O Chefe do Posto 6 prepara o peixe mais saboroso. O rapper que discursava na caminhada da superação em sua cadeira de rodas falava da própria técnica de se limpar dos acontecimentos dolorosos. Falavam os dois chefes a todos que estavam dispostos a aprender e sobretudo a apreender sobre o “Limpar o Peixe de Cada Dia”.
Há um pensamento freudiano que sempre me orientou: “O amor é marcado pela compulsão. Amar é invariavelmente amar pela segunda vez”.
O que diz?
O amor fica a espera de amar de novo. O amor adora encontrar algo para amar. O amor é guloso. Anseia por um novo encontro e assim permanecer vivo.
Por isso quando algo interrompe uma relação de amor que temos com alguém, com algo temos que buscar olhos de chefe que limpem o peixe e descubra algo que nos leve a amar a vida pela segunda vez.
O milagre da multiplicação dos peixes é assim: um peixe nosso de cada dia...
Anna amou a vida pela segunda vez, através do ombro de um chefe do acolhimento...
Por que deixar passar o festival?
Inspirado nesse festival da gastronomia do mar ouso criar uma receita... Uma vez que minha especialidade é “gastronomia existencial”, para comemorar o 25º ano do Grupo de Estudos Pensar, que idealizei e ministro as aulas, me transformo em um “chefe de cozinha" carioca que se inspira nas receitas freudianas...
O Peixe Nosso de Cada Dia.
Retire as escamas do seu olhar.
Limpe a cabeça dos ressentimentos. 
Salpique com Perdão ao Destino.
Faça um caldo com lágrimas de alívio e preciosidade de novos propósitos.
Polvilhe com desejo de viver. 
Deixe de molho no amor.
Ponha para assar algumas horas com o calor de suas esperanças em brasas.

Depois de pronto? Sirva-se.
Ótimo para fortalecer e comemorar a ressurreição.

Ps. Se amou, pode amá-lo pela segunda vez, pois é livre de caloria, sem riscos de ganhar peso. Ao contrário, fortalece e propicia a leveza no viver... 

domingo, 15 de setembro de 2013

“Apertamentos” com Varanda

Durante um jantar, uma amiga nos falou que poderia chamar o apartamento, que tinha conseguido comprar para a filha de “apertamento com varanda”. Rimos muito dessa nova concepção dos espaços: mais caros, menores, mas com varandas. Alguns chegam a ser incompreensíveis, sobretudo aqui no Rio.
Nossas residências são lugares onde vamos morar. Nelas cuidamos das nossas alegrias, tratamos nossas dores, projetamos vidas, renúncias, elaboramos desafetos e construímos afetos. São as nossas cavernas contemporâneas. Vamos nesse espaço agregar o que conquistamos e conviver intimamente com as pessoas inseridas.
Num dado momento dessa conversa, me transportei para outras paragens que falavam também de dimensões. Pousei-me nas inúmeras afirmações das pessoas sobre a sensação de “apertamento”. Escuto muito: “Me sinto sufocada na minha vida”... “Minha mãe me sufoca”... “Meu marido compete atenção com os nossos filhos e esta carência me oprime”... “Minha mulher requisita minha atenção constante”... “Meu chefe me sufoca”... “Meu irmão é um carente contínuo e me exaspera com as chantagens emocionais”...
De fato se em um ambiente falta ar nos sentimos sufocados. Inevitável sensação. Porém ela é positiva, pois sinaliza que algo necessita ser feito. As sensações são enunciados que precisam ser compreendidos.
Por que temos esta tendência ao sufocamento existencial?
Recorro a Freud na afirmação que somos buscadores de amor do outro, para que ao conquistarmos tenhamos a vivência subjetiva da sensação de valor.
Por essa razão digamos freudiana, tendemos se não prestarmos atenção a anularmos para conquistarmos os olhos de aprovação e amor.
Nessa busca de serem amadas para se sentirem valorizadas, as pessoas tendem a substituir as próprias necessidades ou desejos pelos os dos outros. Cedem às próprias vontades, abandonam os estilos pessoais, e engolem os tempos dedicados a si para se tornarem uma inclusão no desejo do outro.
Já colocou cem pessoas num apartamento de 70 metros quadrados? Fica objetivamente desconfortável. Preenchido, habitado é certo, mas entre tantas coisas o abarrotamento denuncia a falta de bom senso.
Há um filme francês chamado Augustine, com Vincent Lindon no papel do neurologista Charcot, um dos fundadores no século 19 do hospital parisiense La Salpêtrière onde Freud estagiou.
O filme se passa em 1885 e Augustine é uma jovem que trabalha numa casa de família e que luta para controlar os ataques que surgem no próprio corpo. O filme trata da história da histeria, um mal comum, uma doença misteriosa causada pela violenta repressão, sobretudo no mundo feminino. Se para a sociedade repressora do século 19, elas eram consideradas fingidoras, a doença se assim pode-se chamar, carrega um significado do inconsciente. Denuncia no sintoma o confinamento de pulsão, o risco de aniquilamento do sujeito e, portanto o sufocamento da alma. Em síntese simboliza a compressão de vida.

Nos séculos 16, 17, 18 e 19 eram comuns os ataques histéricos que pareciam por vezes epilepsia, com movimentos eróticos. Na idade média muitas foram queimadas vivas, pois eram consideradas mulheres endemoniadas.
Durante décadas as mulheres foram tolhidas e confinadas a funções sem qualquer liberdade de escolhas, de expressão de prazer ou a vivência dos talentos considerados exclusivo aos homens. Estavam vivas, mas destituídas do direito de existir na concepção plena da palavra. Sim... Condenadas no existir... Porque por vezes as pessoas não estão mortas, mas se mantém na vida morridas para si mesmas.
Filosoficamente o ataque histérico pode ser considerado como um modo de rasgar a couraça, uma luta para se salvar e expressar o premente risco de aniquilamento.
Quantas Augustines... Quantos Josés, Pedros e Mários que irrompem em depressões e em síndromes de paralização. São as falas das almas embebidas de repressões e mergulhadas nas tristezas em blocos profundos...
Recebi uma mensagem de um amigo psicanalista que dizia assim:
“...Diz o Nilton Bonder no Alma Imoral: Teria traição maior do que nunca existir para além da Tradição?” E a mensagem continua –  “Cada vez me convenço mais que a depressão é um recado do sujeito, ou da criança que nos habita para sair do eterno luto de si mesma.”
Quantos desses ataques as pessoas vivenciam sem saberem interpretar ou reconhecer a verdadeira causa. Passam a vida nos apertamentos, confinados. Tornam-se almas encarceradas.
Elevador lotado é desagradável, mas ao menos é uma situação de minutos. Já pensou para crescer ou subir passar a existir apenas num elevador lotado? Fácil sentir o quanto seria desagradável e impossível.
Outros parecem estar a serviço permanente.   Parecem comissários de bordo, num voo sem interrupção ou chegada, orientados a servir e olhar o outro: prontos, eficientes e rápidos. O que sobra para si? Servir e nada ser do sujeito.
O que decorre deste contexto?
O eu confinado começa a sentir sufocado, irritado e aprisiona a pessoa a querela, como um modo de reclamar, de clamar por algo...
Sabe aquele modo de ser irritado, reclamador, impaciente? Destruiu o eu para construir um superseu.
Se você tem um espaço para morar, o que diz o bom senso? Faça uma distribuição confortável de modo que tenha espaço de circulação... Diz-se também que tem que ser funcional, para funcionar. 
Nossa alma também precisa de espaços de circulação, áreas íntimas onde se faz a limpeza, de portas fechadas, com direito a tempo...
Desnudadas estas almas se lavam, se perfumam para saírem para o mundo na vivência das relações...
Alma confinada se torna alma penada, que perambula pela vida, meio como diz-se em Saramandaia, “desbussolada”, sem direção, vagante...
Crie o espaço subjetivo do toalete, este momento seu, fundamental para a saúde da alma, crie também o prazer de romper as couraças e escolha filmes, pratos, cores e decore sua alma de si mesma também.
Viver em Apertamentos? Pode até ser, mas ao menos com varandas para respirar...

Crie suas varandas existenciais. 

Imagens: GettyImages e Google